Notícias

Taxa Selic a 16,5% em 2025? Entenda a repercussão da ata do Copom

Na ata, o Copom destaca que a economia brasileira surpreendeu durante o ano, com um crescimento acima das expectativas

Dada as incertezas da política fiscal brasileira, a taxa Selic atualmente em 12,25%, pode disparar ainda mais. Segundo especialistas, a curva de juros futuros aponta para uma Selic de 16,25% em meados de 2025, maior do que a previsão do próprio Banco Central, que deve aumentar em 1% os juros nas próximas duas reuniões, alcançando 14,25% ao ano.

Repercutindo a ata do Copom (Comitê de Política Monetária) divulgada nesta terça-feira (17), André Muller, estrategista-chefe da AZ Quest, comenta que a precificação dos juros no mercado futuro reflete o prêmio de risco elevado que os investidores estão exigindo, dada a inconscistência da política fiscal do governo e à trajetória da inflação nos próximos trimestres.

Na ata, o Copom destaca que a economia brasileira surpreendeu durante o ano, com um crescimento acima das expectativas. O estrategista comenta que isso foi impulsionado por fatores como aumento do crédito, estímulos fiscais e maior formalização do mercado de trabalho.

Se por um lado esses fatores contribuíram para expansão econômica, também contribuíram o aumento da inflação. Atualmente, o PIB brasileiro é de 3,5%, enquanto a inflação acumulada dos últimos 12 meses é de 4,87%.

O estrategista-chefe comenta que o descompasso entre a política fiscal expansionista e a política monetária contracionista “tem criado um cenário de maior risco macroeconômico, refletido na desancoragem das expectativas inflacionárias e na deterioração da taxa de câmbio”.

O remédio para corrigir essa distorção é justamente a alta dos juros, promovendo a desaceleração econômica para reduzir a inflação. Diante disso, o Copom não comentou sobre o fim do ciclo de alta da Selic.

Especialistas comentam que a decisão das novas altas da taxa Selic pelo Copom

Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, comenta que o Banco Central sinalizou a possibilidade de continuar elevando a taxa Selic se não houver melhora nos dados econômicos. Ele enfatiza a importância de Gabriel Galípolo, o novo presidente do Banco Central, manter uma postura técnica e responsável sem se deixar levar por pressões políticas.

Complementando essa análise, Felipe Vasconcellos, Sócio da Equus Capital, observa que a primeira reunião sob a direção de Galípolo será um momento crucial. Ele menciona o aumento da pressão inflacionária e a recente alta do dólar, que poderia levar o Copom a um ajuste significativo.

De acordo com Vasconcellos, a probabilidade de um aumento da Selic em 1% é de 54,4%, enquanto a chance de um aumento ainda mais elevado, em 1,25%, passou a 15,9%, o que aponta para uma deterioração das expectativas econômicas.

Em suma, os especialistas convergem para a necessidade de uma postura rigorosa e técnica na condução da política monetária, que deve ser cuidadosamente monitorada à luz das pressões inflacionárias e do delicado cenário fiscal que o Brasil enfrenta.

voltar

Links Úteis

Indicadores de inflação

12/202401/202502/2025
IGP-DI0,87%0,11%
IGP-M0,94%0,27%1,06%
INCC-DI0,50%0,83%
INPC (IBGE)0,48%0,00%
IPC (FIPE)0,34%0,24%
IPC (FGV)0,31%0,02%
IPCA (IBGE)0,52%0,16%
IPCA-E (IBGE)0,34%0,11%1,23%
IVAR (FGV)-1,28%3,73%

Indicadores diários

Compra Venda
Dólar Americano/Real Brasileiro 5.7331 5.7441
Euro/Real Brasileiro 6.200397 6.21311
Atualizado em: 06/03/2025 11:08