Notícias

Juros disparam no mercado

Segundo analistas, o movimento refletiu o aumento da expectativa dos investidores de que o Comitê de Política Monetária (Copom) vai ajustar os juros já na reunião da próxima semana.

Autor: Rosana HesselFonte: Correio Braziliense

Os juros do mercado futuro tiveram forte elevação, ontem, um dia após a inflação acumulada em 12 meses romper o limite de tolerância estipulado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 6,5%, e o Palácio do Planalto sinalizar que o Banco Central poderá subir a taxa básica (Selic) para controlar o custo de vida. Segundo analistas, o movimento refletiu o aumento da expectativa dos investidores de que o Comitê de Política Monetária (Copom) vai ajustar os juros já na reunião da próxima semana. "O mercado está precificando 100% de chances de um novo ciclo de alta de, pelo menos, 0,25 ponto percentual", explicou o economista e sócio da DX Investimentos, Felipe Chad. Atualmente, a Selic está em 7,25% ao ano.

Os contratos com vencimento em julho fecharam em 7,32% ao ano, mas chegaram a ser negociados a 7,40% pela manhã. Na véspera, a cotação era de 7,28%. Já o prêmio das operações para janeiro de 2014 subiu de 7,90%, na quarta-feira, para 7,92%, no fim da tarde de ontem.

Na avaliação de Chad, o aumento da Selic será inevitável, mas ele aposta que o BC promoverá uma alta gradual para sentir paulatinamente o efeito da medida nos índices de inflação. Na quarta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março subiu 0,47%, o que levou a taxa acumulada em 12 meses para 6,59%, acendendo o sinal de alerta para a autoridade monetária. "Se não elevar a Selic na próxima reunião do Copom, o BC mostrará ao mercado que abriu mão da meta da inflação", sentenciou.

"A notícia de que até o Palácio do Planalto já admite a alta nas taxas fez os juros subirem ainda mais no mercado futuro", comentou Alessandra Ribeiro, economista e sócia da consultoria Tendências. Ela acredita, no entanto, que o governo deve elevar a Selic apenas em maio. Na sua avaliação, o ciclo de aumentos comecará com 0,25 ponto percentual e a taxa básica chegará a 8,50% no fim do ano.

Ex-diretor do Banco Central, o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas Gomes também acredita que o ajuste só virá em maio. "O BC não precisa elevar os juros agora, porque o mercado já se antecipou a isso", disse. Ele recomenda, porém, que o Copom deixe claro que vai perseguir o centro da meta de inflação, de 4,5%, em 2014. "É preciso maior transparência para recuperar a credibilidade", advertiu.

 

voltar

Links Úteis

Indicadores de inflação

12/202401/202502/2025
IGP-DI0,87%0,11%1,00%
IGP-M0,94%0,27%1,06%
INCC-DI0,50%0,83%0,40%
INPC (IBGE)0,48%0,00%1,48%
IPC (FIPE)0,34%0,24%0,51%
IPC (FGV)0,31%0,02%1,18%
IPCA (IBGE)0,52%0,16%1,31%
IPCA-E (IBGE)0,34%0,11%1,23%
IVAR (FGV)-1,28%3,73%1,81%

Indicadores diários

Compra Venda
Dólar Americano/Real Brasileiro 5.7452 5.7472
Euro/Real Brasileiro 6.25117 6.25547
Atualizado em: 16/03/2025 04:14