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Barragens no Brasil: desafios e a urgência de monitoramento
Só em 2023, foram 25 acidentes em barragens no Brasil; país tem mais de 28 mil estruturas do tipo, o que demanda acompanhamento de perto
O Brasil tem mais de 28 mil barragens cadastradas no Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB), estruturas importantes para o abastecimento hidráulico e elétrico do país. Pelo menos quatro mil delas têm alto dano potencial associado, indicador que mostra quanto estrago elas podem causar se romperem; baseadas nas características construtivas e de conservação, três mil foram classificadas como de alto risco, de acordo com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).
Com tantas barragens em funcionamento, o monitoramento dessas instalações é imprescindível, não apenas para assegurar o funcionamento adequado, mas também garantir a segurança da população e do meio ambiente. Somente em 2023, segundo o último Relatório de Segurança de Barragens, da ANA, foram registrados 25 acidentes.
Mas a prevenção deve vir desde as etapas iniciais e continuar sistematicamente. “Com o passar do tempo, é natural que as barragens apresentem sinais de desgaste ou alterações, o que exige manutenção e acompanhamento cuidadoso. Além disso, fatores como o aumento de chuvas intensas, associado às mudanças climáticas, impõem desafios extras às estruturas”, comenta Pedro Cabrera, Diretor de Inovação da Spectrageo, startup de soluções geofísicas selecionada na 2° edição do Vetor AG, programa de inovação aberta da Andrade Gutierrez.
O executivo explica que é possível utilizar ferramentas como sensoriamento remoto, inteligência artificial e análise de dados geoespaciais para detectar possíveis alterações estruturais antecipadamente, facilitando a tomada de decisões e contribuindo para uma atuação preventiva. “Assim, conseguimos usar tecnologias avançadas que permitem o monitoramento preciso e em tempo real das estruturas, auxiliando as empresas a garantir a segurança das comunidades do entorno e dos colaboradores”, continua.
Além das tecnologias, a qualificação contínua de equipes especializadas sustenta um olhar mais atento às condições estruturais, enquanto uma fiscalização rigorosa assegura o cumprimento das normas e padrões de segurança. Somado a isso, a implementação de Planos de Ação de Emergência (PAE) permite respostas rápidas e organizadas em casos de falhas, reduzindo impactos ambientais e socioeconômicos.
“Buscamos ampliar o entendimento do que é possível em termos de segurança e inovação na construção civil, e investir nessas práticas tem sido importante para garantir o bom funcionamento das barragens e proteger os recursos naturais e as pessoas ao redor. É mais do que aplicar tecnologias de ponta, é também sobre salvar vidas, atestar a integridade de estruturas essenciais e impulsionar a inovação e a modernização do setor”, finaliza Pedro Cabrera.
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